Meu
telefone toca pela décima vez. É ele de novo. Suspiro enquanto me pergunto se é
muito difícil entender que não quero manter contato. A gente bloqueia, não
atende, não retorna, não responde e a criatura não desiste. Respiro fundo e
conto até dez, só para não atender e ouvir mais uma das suas desculpas.
E nem preciso atender pra
saber o que ele quer. O discurso vai ser o mesmo; "Eu te amo"
"Vai ser diferente agora" "Volta pra mim". Querido, já dei
um monte de chances e você não aproveitou. Aquele discurso de que a gente só da
valor quando perde é até verdade. Mas uma vez já deveria ter sido o suficiente
para você me dar o meu valor e mudar. Não precisava de mais do que uma segunda
chance.
Não é porque sou coração
de pedra ou porque gosto de pisar nas pessoas. Não é mesmo. Uma hora a gente
cansa, sabe? Cansa de tentar fazer mudar, cansa de tentar conversar, cansa até
mesmo de tentar outra vez. Principalmente quando a gente sabe que não vai
mudar, não vai ser diferente. Eu ainda vou ficar chateada, vou sofrer e me
arrepender amargamente de ter voltado. Chega disso.
Mais uma mensagem chega e
ele me diz que me quer de volta, que sou o amor da vida dele e que não pode
mais viver sem mim. Rá, me explica então, meu bem, quem é aquela nas fotos do
seu facebook? Tenho vontade de perguntar, mas me calo. Isso só vai fazer você
falar pra sempre com mais desculpas.
O telefone toca mais
cinco vezes e mais 10 mensagens chegam. Me lembro de tudo que você já me fez ou
disse, o jeito que me tratou e das coisas que você aprontava. Mentalmente
repasso o modo com que outros que nunca foram tão importantes para mim me
trataram e é inevitável não comparar com você e perceber o quanto perdi meu
tempo ou me rebaixei por você. Pra nada.
Olho para o celular e
admito que sinto um pouquinho a sua falta. Pego ele e começo a escrever uma
mensagem. Digo que quero sair e quem sabe namorar. Não pra ele, é claro. Tá na
hora de seguir em frente. Esquecer você e me divertir um pouquinho. E se sentir
saudade, meu amor? Bem, isso não é mais problema meu.
Thalyne
Carneiro
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