segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Eu e você


Meu corpo inteiro relaxa enquanto suspiro de contentamento. Inevitável não sorrir sentindo o seu cheiro tão perto de mim enquanto passo a mão pelo seu cabelo. Você olha para mim e me dá um sorriso, ao mesmo tempo em que aperta a minha perna. Me sinto no paraíso. Nessas horas acho que meu peito não vai aguentar tamanha felicidade ou os batimentos frenéticos do meu coração. É tanta leveza que sinto na alma, que se fosse possível, eu estaria flutuando pelo menos há um palmo do chão.

O mundo vai ficando em silêncio. Parece que Deus resolveu apertar o botão de mudo só para mim, para me dar o presente mais fantástico que só ele poderia fornecer: alguns minutos de nós, mesmo que esse "nós" nem exista de verdade. De repente não há mais ninguém ali. Não escuto nem sinto mais nada que não seja você. Me pego te olhando com um sorriso bobo na cara e pensando que devo ter feito alguma coisa de certo na vida para você ter entrado nela.

Passo a mão na sua barba por fazer, sentindo cada pelo arranhando os meus dedos, enquanto observo você entortar a cabeça na direção da minha mão e fechar os olhos por alguns segundos. Esse gesto me parece tão natural que me pergunto se não somos realmente um casal daqueles que vão envelhecer juntos e ter um milhão de netos. Se for isso mesmo, espero que todos com o seu cabelo preto e os meus olhos castanhos claros, para mostrar o quanto é bonito e parece certo a combinação de nós dois juntos.


Você olha para mim, sorri e respira fundo. Sorrio de volta e me pergunto o que será que você está pensando e porque ficar em silêncio perto de você é tão fácil. Olho nos seus olhos e te digo algo com os meus. Não sei como, com uma mínima mudança na sua expressão, entendo sua resposta mesmo que muda, por que já conheço cada parte de você. Mas então alguém fala com você e meu transe é quebrado.

Mesmo assim não nos mexemos. Minha mão vai para o seu cabelo e sua mão desliza para a minha batata da perna. De nós, passamos a você, eu e o resto do mundo. A pausa é desfeita e tudo ao redor aumenta de volume e ganha movimento, ao mesmo tempo em que enxergo a verdade irrevogável da qual tanto corri e me escondi. Sou sua e espero sinceramente que você saiba disso. Porque não tem mais nada no mundo que eu queira tanto quanto quero você. 

Thalyne Carneiro


domingo, 22 de setembro de 2013

Continuando...

     Hey, não sou feita de gelo, nem de aço, nem de cristal. Nunca amei ninguém, mas queria cuidar de você.

E então agora eu me sinto patética, não por ter dito o que precisava, mas por ter demorado a dizer e constatar que foi simplesmente tarde de mais, aí você percebe que nesse momento uma dose de autoconsciência e desapego fazem bem, por mais que não queria se desapegar.

E nem pode ficar chateada com ninguém que não seja você mesma, por que ele não é um babaca, e nunca fez nada que merecesse esse titulo... A proposito fui eu quem o chutou para friendzone. Fui eu quem disse não querer mais que as coisas continuassem do jeito que estavam, ele só te manteve exatamente onde você se colocou.

Parabéns para mim.

E com um “se cuida” cada um permanece do seu lado, mesmo eu tendo querido, e tentado, pular esse maldito muro!

Procuramos completar-nos ou acrescentar-nos? Das dores e prazeres, dos sentimentos e sensações, o amor, esse ideal, aparentemente bonito é com certeza o mais Intenso!!! E por isso o mais desejado!

"E agora? O que me diz?
Não dói...

Mas admito que incomoda, incomoda bastante. Eu idealizo, faço e refaço nossas historias e a única constante é que ficamos juntos no final, como eu disse, é só a minha idealização. 

Mas a realidade é que meu coração não quebrou como eu havia imaginado, mas o desapego não chegou como tanto estou fingindo.




Aliás, eu já havia escrito para você antes, muitas vezes até, só não te mostrei.


Anne Rangel

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Minha Maior Confissão!!

O que posso dizer?
Fui egoísta!!
Me preocupei mais com a possibilidade de um coração partido do que com o suporte que você, muito provavelmente, estava (está?) precisando.
Em vez de te dizer: Hey, estou aqui para você no que precisar, nem que seja para sentarmos juntos no escuro e não fazermos nada além de respirar.
Eu acabei dizendo: Então, ficar em cima do muro com você foi bom, mas não dá mais.
De qualquer forma sua resposta disse que eu estava, provavelmente, certa, você não estava pronto, talvez nem eu estivesse, mas a questão é que fui covarde, preferi arruinar tudo o que poderia ter sido só porque fiquei com medo do seu não, mesmo que no final das contas tudo o que você disse foi que não sabia o que queria no momento...
Acabei te ajudando nessa parte não é? Retirei toda a sua chance de decisão!!
Lamento por isso.
Será que eu deveria te dizer que em todo esse tempo eu pensei em você?? Até nas menores coisas, por exemplo, quando eu via alguma piadinha sobre engenharia? Ou quando na aula de dança tinha um menino que fazia uns passos parecidos com os seus?
Ou quando comia um doce, um cupcake que fosse, sendo você essa formiguinha que é? Engraçado que consigo rir disso sem realmente ver a graça, não consegui realmente esquecer alguns detalhes, se bem que eu nem queria (quero!) esquecer.
Fico me dizendo que apesar de tudo tomei a decisão certa, eu estava gostando de mais de você, e isso estava me consumindo, pois eu percebia que era mais eu pra você do que você para mim.
O pior de tudo: esses dias estava pensando em como comemoramos seu aniversário, e fiquei triste em constatar que não lembro a data e ainda mais por não saber se posso realmente lhe perguntar.
Você percebeu que há um monte de dúvidas acerca de minha decisão? Se foi precipitada ou não, se foi acertada ou não, se foi necessária ou não. Essas dúvidas são bem egoístas também, pois sinto sua falta, sinto falta de dizer seu nome e de ouvi-lo dizer o meu, nem lembro mais como você dizia o meu, de passarmos bons tempos juntos, também sinto falta das risadas que dávamos, ahhh os beijos.
Bem sei que não prometemos nada um ao outro, sei também que não posso exigir nada de você. Só queria dizer claramente que sim, estou aqui para o que precisar, talvez com algum egoísmo, mas prometo não exigir nada de você, se bem que a mente geralmente trabalha sozinha.
Claro, que não me importaria se algumas das minhas duvidas fossem sanadas, e melhor ainda, se por mais que eu abomine a ideia de estar errada, nesse caso eu estivesse realmente equivocada em ter me afastando por achar que você não me corresponderia!! Você me responderia isso?
Já pensei em excluir diversas vezes esse texto idiota, só porque ele fala verdades de mais, ele me deixa vulnerável e insisto em dizer que acredito que “amar não vale o sofrer não, o verbo amar a razão rejeita” **.
 Droga, mais uma vez essa estupida insegurança, a verdade é que eu estava muito perto de me apaixonar e fiquei com muito medo de ser rejeitada para me arriscar!!

Ainda tenho medo que nossas conversas recém-resgatadas sejam o preço de tentar ser ousada com essa admissão tão custosa.

** sim estou citando uma música da Disney do filme Hércules.


Anne Rangel

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Pra Ela...


Passei o dia todo pensando nela. Não sei o que essa garota fez comigo, mas ela continua fazendo. Espero com ansiedade, sem ficar encarando para ela não ver, a hora que ela vai vir até mim e me dar aquele abraço apertado que eu já me acostumei. Escuto a gargalhada dela com uma pontada de ciúmes, porque já tem um desses marmanjos dando em cima dela, será que não percebem que ela é minha? Quer dizer, acho que é... Ah, do que que eu tô falando. Ela é só mais uma. Ou não?

Perco o fio do pensamento quando sinto o cheiro dela ficando mais forte, ela vem por trás de mim e me dá um beijo no rosto. Enquanto viro para olhá-la, o meu sorriso se espalha lentamente na minha cara e percebo com prazer que é um reflexo do mesmo sorriso que aparece no rosto dela.

Faço uma piada enquanto a tiro do chão com um abraço apertado. Observo o quanto a pele dela ganha um tom rosado e fico pensando como mesmo sendo tão extrovertida ela possa ficar tímida perto de mim. Demoro mais que o necessário para solta-la e fico feliz em perceber que ela gosta disso tanto quanto eu.

Então ela sai batida, como se nada tivesse acontecido. Começa a fazer o que tem para fazer e me pego observando cada centímetro do corpo dela. Cada minúsculo pedaço de pele que está à vista e que conheço tão bem. Me pego lembrando a sensação de tê-la só pra mim, dos suspiros que causei nela e da cara de contentamento que ela tenta esconder de mim.

E ela brinca comigo. De vez em quando a pego olhando pra mim e como criança sendo pega roubando doce da mesa, ela me olha sem graça e cora mais uma vez. Sorrio pra ela e a vejo sorrir de volta. Esse sorriso que me derruba e me faz querer ser o que ela quiser pra ela. Outras vezes ela nem me dá bola, espero ansiosamente que ela olhe pra mim, mas é como eu nem estivesse no mesmo lugar que ela. E isso me mata, me faz pensar se ela finalmente cansou de mim, finalmente se tocou de que sou um problema e ela tem que ficar longe. Mas ela continua aqui.

Com ela posso ser quem eu sou e falar o que eu quiser. Ás vezes penso que passei dos limites e olho preocupado pra ela, achando que agora consegui assustá-la. Mas ela apenas me olha com olhar de interesse e me pede mais informações, como se eu contasse a historia mais interessante do mundo pra ela.


A verdade é que acho que gosto dela. Gosto mesmo, sabe? Da preocupação dela comigo quando sabe que não tô bem, da maneira que ela ri de mim e do jeito mandão dela que some e deixa ela mansinha quando está perto de mim. Gosto do que ela me faz sentir, do beijo que se encaixa perfeitamente e do jeito que ela se arrepia quando eu beijo o seu pescoço. Gosto de quase tudo, até do jeito que ela mexe no cabelo e morde a boca de preocupação, mas tenho medo de contar pra ela e perder a melhor parte de nós. Que eu nem sei se é um nós mesmo, mas adoraria que fosse.

Thalyne Carneiro