De vez em quando ainda acordo
sentindo falta dele, mas acho que não é bem dele a falta que eu sinto e sim das
coisas que nós tínhamos juntos. Não que tenhamos sido nós. Acho que o nós tava
muito mais na minha cabeça do que no coração dele. Me iludi e sofri, não vou
negar. Porém aprendi à duras penas que nem todo sapo é príncipe. Não tem
porque sair desperdiçando beijos por aí.
Sinto falta de me apaixonar, de
ser de alguém, sabe? Não igual a última vez em que eu achava que era e não
tinha nada a ver. Quero amar e ser amada de verdade. Poder sonhar com nós,
"dois filhos e um cachorro" e nem precisa ter um edredom no frio de
agosto. A parte mais importante do desejo tá lá no começo da frase. No nós.
Seria muito mais fácil escolher
por quem se apaixona, mas a gente bem sabe que não é assim que funciona. Amor
chega de mansinho. Ele vai ocupando espaço sem você ver, aí um dia, quando
menos se espera, você só pensa nele. No jeito, na voz, no rosto... Amor não se
escolhe, meu bem. Ele te escolhe. E fim. E eu mal posso esperar que ele me
escolha.
Não é carência, muito menos
desespero. Só sou daquele tipo de gente que acredita no amor e sabe que quando a
gente acha quem nos completa a felicidade é plena. Quero um dia poder dizer que
sou feliz da vida porque tenho alguém. Apresentar pra minha mãe, pai, avó, tia
avó encalhada e até mesmo pra minha vizinha do lado direito, que não vai muito
com a minha cara, o homem que me faz feliz e que escolhi pra mim.
Eu quero um príncipe encantado.
Mas nem precisa vir de armadura brilhante no cavalo branco. Vem de bermuda,
calça, boné, terno, em cima de uma moto, de carro ou de ônibus. Não importa
como ou de que, só vem. Vem me fazer feliz do jeito que você puder, que prometo
retribuir na mesma intensidade. E não se preocupe com os dragões. Se precisar,
só pra ter você do meu lado, eu mato sozinha. Mas só se valer a pena.
Thalyne
Carneiro
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