segunda-feira, 23 de abril de 2012

O início de uma certa contadora de histórias



Mulher é um ser curioso de natureza e eu não escapei a essa regra, quando criança me deliciava assistindo aos maravilhosos filmes da Disney e a outros desenhos também, tenho certeza que ainda muitos se lembram do Castelo Rá-Tim-Bum ou do Cocoricó.
Tudo utilizado como estimulo e é claro nem tudo era televisão, meus pais sempre influenciaram a ir ao parque, zoológico, tomar banho de sol e a brincar principalmente com as irmãs mais novas, aliás, tenho duas. Foi nesse meio em que cresci, onde a criatividade era incentivada, onde livros eram comprados e deixados ao meu alcance e onde tinha cobaias para minhas experiências de crescer.

Uma atividade frequente em minha casa eram as historias antes de dormir, seja ela contada pela babá, por minha mãe, por meu pai e eventualmente por mim. Mesmo antes de saber ler as historias em quadrinhos, tanto da Turma da Mônica como do Tio Patinhas, era uma das minhas atividades favoritas folhear aquelas paginas cheias de desenhos e não precisava identificar os símbolos da linguagem, a historia era minha de acordo com o que a imagem mostrava.
Como eu disse minhas irmãs eram cobaias, tanto na hora de ler algum conto do enorme livro de Contos de Fada que meu pai comprou como na brincadeirinha em que eu era professora e elas as alunas, sempre eram elas as alunas. Divertia-me ensinando-as como a professora da escola me ensinava, utilizando do quadro negro e dos meus livros didáticos como recursos e sendo severa quando não era respeitada.
Mas o contar historias sempre foi marcante e muito importante para a minha formação, pois até hoje me emociono com uma bela historia seja ela apresentada por meio de filmes, por letras impressas em papel (nesse mundo tecnológico até o computador se transformou em livro) ou na oralidade de outras pessoas.
Nos dias atuais se não presto atenção ao relógio sempre me atraso para a faculdade, pois minha avó e eu temos o hábito de conversar sentadas a mesa mesmo depois de já termos almoçado, ela me contando as historias do Nordeste de quando era menina e eu avidamente bebendo de cada gota de sabedoria que dessas historias são derramadas.
Hoje eu me atrevo a escrever pequenas historias seja por meio de uma crônica ou poesia, até mesmo um conto de vez em quando. A prática de contá-las talvez enferrujada ainda está latente e com vontade de sair e se mostrar, não somente para minhas queridas irmãs que não são mais cobaias mas sim companheiras de experimentações mas para todo aquele que vê beleza em escutar uma historia e se deixa atingir pela emoção de quem a conta.

Anne Rangel

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