Mulher é um ser curioso de natureza e
eu não escapei a essa regra, quando criança me deliciava assistindo aos
maravilhosos filmes da Disney e a outros desenhos também, tenho certeza que
ainda muitos se lembram do Castelo Rá-Tim-Bum ou do Cocoricó.
Tudo utilizado como estimulo e é claro
nem tudo era televisão, meus pais sempre influenciaram a ir ao parque, zoológico,
tomar banho de sol e a brincar principalmente com as irmãs mais novas, aliás,
tenho duas. Foi nesse meio em que cresci, onde a criatividade era incentivada,
onde livros eram comprados e deixados ao meu alcance e onde tinha cobaias para
minhas experiências de crescer.
Uma atividade frequente em minha casa
eram as historias antes de dormir, seja ela contada pela babá, por minha mãe,
por meu pai e eventualmente por mim. Mesmo antes de saber ler as historias em
quadrinhos, tanto da Turma da Mônica como do Tio Patinhas, era uma das minhas
atividades favoritas folhear aquelas paginas cheias de desenhos e não precisava
identificar os símbolos da linguagem, a historia era minha de acordo com o que
a imagem mostrava.
Como eu disse minhas irmãs eram
cobaias, tanto na hora de ler algum conto do enorme livro de Contos de Fada que
meu pai comprou como na brincadeirinha em que eu era professora e elas as
alunas, sempre eram elas as alunas. Divertia-me ensinando-as como a professora
da escola me ensinava, utilizando do quadro negro e dos meus livros didáticos
como recursos e sendo severa quando não era respeitada.
Mas o contar historias sempre foi
marcante e muito importante para a minha formação, pois até hoje me emociono
com uma bela historia seja ela apresentada por meio de filmes, por letras
impressas em papel (nesse mundo tecnológico até o computador se transformou em
livro) ou na oralidade de outras pessoas.
Nos dias atuais se não presto atenção
ao relógio sempre me atraso para a faculdade, pois minha avó e eu temos o
hábito de conversar sentadas a mesa mesmo depois de já termos almoçado, ela me
contando as historias do Nordeste de quando era menina e eu avidamente bebendo
de cada gota de sabedoria que dessas historias são derramadas.
Hoje eu me atrevo a escrever pequenas
historias seja por meio de uma crônica ou poesia, até mesmo um conto de vez em
quando. A prática de contá-las talvez enferrujada ainda está latente e com
vontade de sair e se mostrar, não somente para minhas queridas irmãs que não são
mais cobaias mas sim companheiras de experimentações mas para todo aquele que
vê beleza em escutar uma historia e se deixa atingir pela emoção de quem a
conta.
Anne Rangel
Nenhum comentário:
Postar um comentário