Pela primeira vez em dias, eu acordei
feliz hoje. Levantei da cama sem me importar que fosse cedo demais. Tomei meu
banho, escovei meus dentes, penteei meu cabelo, me arrumei... Tudo isso entre
assovios e cantorias.
Depois de todo o meu ritual matinal,
saí de casa bem feliz, embora fosse sete da manhã. Dei bom dia a todos os meus
vizinhos. Até falei com o porteiro do meu condomínio de quem não gosto muito.
Foi aí que me perguntei: “O que
aconteceu? Por que estou tão feliz?”. Bom, não era meu aniversário, faltavam
meses ainda. Um presente? Não, também não era isso. Loteria? Nada! Eu nem
jogo... Talvez alguma coisa tipicamente feminina. Hum... Não eram sapatos
novos, olhei para os meus pés para conferir. Tampouco a roupa ou acessórios,
eram todos antigos. Ah! Já sei! A manicure! Olhei para as minhas mãos. Não era
isso também... Quem sabe...? Espera. Mãos?
Sim, aquelas mãos... Junto com essa
lembrança outras começaram a aparecer. Um cheiro familiar acompanhado de um belo
sorriso – o mais bonito que eu já vi, diga-se de passagem – É, era ele. Sorri
com esse pensamento, lembrando daquele beijo. Mas ele não estava do meu lado de
manhã. Será que foi embora? Não me lembrava de tê-lo visto ontem. Nem essa
semana... Por que mesmo?
Nessa hora a alegria matinal
desapareceu. Eu não o tinha visto. Na verdade, fazia um quase um mês que eu não
tinha notícias suas. Ele andava passando muito tempo com a namorada dele, era
esse O motivo.
A frustração deu lugar a alegria
naquela mesma hora. Eu não havia ficado nem falado com ele ontem. Só tinha
sonhado com ele. De novo.
Thalyne Carneiro
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