Era só um “oi”, mas era a saudação do sorriso mais lindo que eu me
lembrava de ter visto. Era tão mais branco, tão mais sincero, tão mais
hipnotizante, era tão mais, mais alguma coisa, que passei a olhar demais para
ele e me peguei prestando atenção até demais no dono dele.
E as coisas aconteceram e continuam acontecendo. Era o meu
conhecido, depois meu coleguinha, ia virando amigo, quando você resolveu virar
o jogo mais uma vez, para virarmos nós, eu, você, nós dois e eu já não entendo
mais nada do que é essa bagunça. Mas nós não queremos namorar, certo? É, não
queremos. Ou queremos?
A gente se olha, se abraça, se beija, se esquece, se olha mais uma
vez. E nesse ciclo vai ficando cada dia mais difícil te deixar para lá. A gente
conversa, depois não te dou bola, você me ignora e ficamos de mãos dadas. Um
carinho sem notar, uma troca de olhares do nada, um abraço apertado e um beijo
roubado. E lá vamos nós de novo nessa nossa dança de dois.
Mais um abraço, um carinho, um toque e seu perfume grudado em mim.
Mais uma esnobada e um sms de bom dia. Um beijo no rosto inesperado, uma
confissão de saudades e muitos dias sem se ver ou se falar. Uma curtida de
status, um comentário naquela sua foto sozinho e uma troca de sorrisos muda. Você me leva até em casa, eu choro de saudade, enquanto escuto músicas que me
lembram você.
Você me enrola, eu te provoco, você sente ciúmes e eu rio de
você. E a
gente segue com esse jogo de cartas, como se fosse uma partida de buraco
daquelas que se joga em um dia chuvoso, em que os pontos são infinitos, em
que não se chega ao fim nunca. Não há vencedor. Dois jogadores bobos, que
gostam de brincar, ou gostam da companhia um do outro, ou não tem mais nada de melhor para
fazer. Não sei o que é, e não tenho certeza se quero saber. Só peço que não
pare, comece só mais uma partida, por favor. Ainda não cansei de jogar.
Thalyne Carneiro
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