sábado, 15 de outubro de 2011

E se....


Eu já tive amores e também já tive amigos. Sim, tudo divididinho assim. Igual a todo mundo.

Mas aí... Aí veio você. Que chegou do nada na minha vida bagunçada e começou arrumar tudo, sempre falando o que quer e do jeito que quer. Nunca me magoou, pelo contrário. Me ajudou bastante. Na verdade, era bem engraçado ouvir um homem mostrando a sua visão dos fatos e as vezes até ensinando o que seria o certo nos meus raros momentos de dúvida.

Comecei a confiar em você e você em mim, e a gente começou a dividir as coisas mais impossíveis e engraçadas, e quando dei por mim, eu sabia toda a sua vida decorada e gravada na minha mente, sabia até quais seriam as suas reações ao que eu dizia ou pensava. Sabia até quem era a menina que você gostava e até a que você achava “gostosa” e isso nunca me incomodou.

Mas fui notando que o que eu sentia quando você estava perto de mim, a sensação engraçada que eu tinha ao sentir seu perfume ou quando você encostava em mim para me guiar para algum lugar, ou simplesmente porque precisava diminuir a distância entre nós para compartilhar algo “secreto”, era diferente do que eu sentia perto dos meus outros amigos. E eu gostava até demais disso.

Se eu comecei a gostar dele? Claro que não. Eu ainda gostava do outro. Aquele lá que ele me ajudava a conquistar devagarzinho. Mas o que era então? Atração física, com toda certeza. Eu não tinha dúvidas, mas não queria bagunçar nossa amizade desse jeito.

E então surgiu a ideia. O “E se...”. Mas logo afastei isso da cabeça, você gostava dela, né? Não era certo. Entretanto, não deixei de notar que talvez essa ideia passasse pela sua cabeça também, afinal, as piadinhas e frases de duplo sentido, as famosas indiretas começaram a vir da sua parte também. E resolvi tentar então, o que mais poderia acontecer?

Você aceitou de cara, é claro, e foi bom. Na verdade, foi muito bom. Tão bom que bagunçou a nossa amizade perfeita e agora a gente nem sabe mais o que é isso.

Se eu gosto de você? Não, ainda não. Mas eu queria na verdade. Mas eu sei, que enquanto o meu coração machucado e o seu quebrado não quiserem tentar de novo, continuaremos assim, sem pensar mais uma vez no “E se...”, e sem saber exatamente o que somos um do outro ou que vamos fazer sobre isso. E o mais estranho, é que eu realmente gosto disso.




Thalyne Carneiro

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